Recentemente escrevi sobre a relação entre a alimentação e a felicidade (mais informações sobre esse assunto neste post). Se por um lado é inegável que as características físicas dos alimentos, tais como a aparência, a forma, a cor, a textura, o cheiro ou o sabor, podem permitir a quem os consome um aumento do bem-estar psicológico, e da sensação de conforto, também do ponto de vista nutricional parecem existir alguns nutrientes que se associam com esse tipo de sensações. De uma maneira geral, estes desempenham um papel importante na manutenção da saúde e do correto funcionamento do cérebro. Nesse sentido, aqui ficam os principais nutrientes que têm vindo a ser destacados como importante a este nível:
– Gordura insaturada ómega-3 – A gordura pertence à família dos macronutrientes (mais informações sobre os macronutrientes neste post). Há muitos tipos diferentes de gordura, sendo que vulgarmente se ouve falar em gordura saturada e insaturada. Dentro desta última, há a destacar a gordura ómega-3 e a gordura ómega-6 (mais corretamente designadas de gordura n-3 e n-6). Sabia que em média cerca de 60% do cérebro é gordura? Esse valor elevado revela bem a importância que este macronutriente tem para a estrutura e função do cérebro. Em particular, os ácidos gordos EPA e DHA (gordura ómega-3) parecem ser muito importantes para a sensação de bem-estar/felicidade.
– Vitamina C – A vitamina C, também designada de ácido ascórbico, desempenha várias funções importantes no nosso corpo. Além de estar envolvida no funcionamento do sistema imunitário, na manutenção da integridade da pele, e funcionar como defesa antioxidante, também é fundamental para a produção de algumas substâncias envolvidas no funcionamento do cérebro, designadas de neurotransmissores. Neste contexto, é de destacar o seu papel na síntese de dopamina, noradrenalina e serotonina, que são fundamentais para a sensação de bem-estar. Devido a isso, não é de estranhar que carências desta vitamina tenham vindo a ser associadas a uma maior instabilidade emocional.
– Vitamina B6 – A vitamina B6, também chamada de piridoxina, pertence ao complexo B e é muito importante para o correto funcionamento do nosso corpo (mais informações sobre a vitamina B6 neste post). Em particular, esta vitamina parece ser particularmente importante para a produção dos neurotransmissores noradrenalina, melatonina e para a produção e atuação da serotonina.
– Ácido fólico – O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9 (mais informações sobre o ácido fólico neste post), está intimamente relacionado com o desenvolvimento e funcionamento do cérebro. A prova disso mesmo é o facto de as mulheres serem aconselhadas a tomar um suplemento desta vitamina, quando planeiam engravidar, sendo que esta situação se mantém durante a gravidez. É uma vitamina muito importante para a produção do neurotransmissor serotonina, por exemplo.
– Vitamina D – A vitamina D, ao contrário das restantes vitaminas, pode ser produzida no nosso corpo. No entanto, para que tal aconteça é necessário haver exposição à radiação solar. Ou seja, de uma maneira geral a quantidade que produzimos é insuficiente e por isso é necessário obtê-la a partir da alimentação. Sabe-se que esta vitamina aumenta a produção de neurotransmissores associados ao bem-estar psicológico, como, por exemplo, a serotonina, e por isso é um nutriente muito importante na busca da tão desejada “felicidade”.
A gordura ómega-3 e várias vitaminas (vitamina C, B6, ácido fólico e vitamina D) são fundamentais para a sensação de bem-estar.
– Magnésio – O magnésio é um mineral amplamente utilizado no nosso metabolismo, estando envolvido em centenas de reações bioquímicas diferentes. Mais concretamente, trata-se de um micronutriente indispensável para a produção e atuação de várias hormonas e de neurotransmissores, sendo por isso um importante aliado para a promoção da saúde mental.
– Selénio – Apesar de não ser tão conhecido como outros minerais, o selénio desempenha várias funções muito relevantes no nosso corpo (mais informações sobre o selénio neste post), sendo fundamental para a saúde cerebral, por exemplo.
– Zinco – O zinco é um mineral indispensável para o funcionamento do cérebro, sendo que níveis baixos deste micronutriente estão frequentemente associados a quadros de depressão e distúrbios de humor.
Minerais como o magnésio, selénio ou zinco parecem ser importantes aliados para a manutenção do bem-estar psicológico.
