Nutrição geral

Lentilhas: uma arma poderosa contra a diabetes!

A manutenção dos níveis de açúcar no sangue dentro dos valores normais deve ser uma preocupação de toda a gente. Na realidade, sabe-se que alterações nesses valores estão frequentemente associadas a doenças graves de saúde, como é o caso da diabetes. E neste caso destacaria a diabetes tipo 2, pois é a forma da doença que está mais relacionada com hábitos comportamentais (mais informações sobre a diabetes neste post). Nunca é demais relembrar que esta doença tem vindo a aumentar de forma descontrolada, e que pode ter consequências dramáticas para quem sofre da mesma. Tal como já tive oportunidade de escrever anteriormente, diabetes não é apenas sinónimo de “ter o açúcar elevado no sangue”…

Sendo uma doença fortemente relacionada com os hábitos de cada um, a diabetes tipo 2 pode ser evitada ou minimizada alterando os mesmos. E é neste contexto que entra a alimentação. Felizmente há inúmeros casos de sucesso a este nível, e é perfeitamente possível, em muitas situações, inverter o curso da doença e, eventualmente, fazer com que os pacientes possam até deixar de utilizar medicação para a doença. Obviamente que isso implica fazer alterações nas rotinas alimentares, mas isso não significa que a pessoa tem que deixar de consumir hidratos de carbono. Apenas tem que consumir as quantidades adequadas, em combinações adequadas. E obviamente que as fontes de hidratos de carbono também têm que ser avaliadas. Ou seja, aquela ideia de que um diabético não pode comer pão ou massa não podia estar mais errada!!!

De uma maneira geral, os diabéticos devem optar por fontes de hidratos de carbono de digestão mais lenta, e ricas em fibras, de forma a garantir que o açúcar que consumiram não vai aparecer todo ao mesmo tempo no sangue, pois é aí que podem aparecer os problemas. E é neste contexto que surgem as leguminosas (já tive oportunidade de escrever sobre o feijão anteriormente, neste post, neste post e neste post). Convém lembrar que atualmente as leguminosas correspondem a uma fatia da Roda dos Alimentos, o que significa que devem ser consumidas diariamente.

Recentemente foi publicado um estudo na revista científica Journal of Nutrition no qual se procurou avaliar o impacto que a inclusão de lentilhas em combinação com alimentos ricos em hidratos de carbono de digestão mais rápida (arroz e batata) teve nos níveis de açúcar no sangue. Os resultados obtidos revelaram que uma substituição de 50% desses alimentos por lentilhas provocou uma diminuição significativa no pico de glucose obtido após a digestão. Este efeito verificou-se para todos os tipos de lentilhas testados.

Confesso que os resultados deste estudo não me surpreenderam, mas decidi falar sobre ele porque acho que as leguminosas e, em particular, as lentilhas, ainda não têm o destaque que merecem à nossa mesa. Normalmente são vistas como um parente pobre, e são incluídas na sopa ou, eventualmente, no arroz (quem é que não gosta de um bom arroz de feijão ou de ervilhas?). No entanto, convém não esquecer que as leguminosas podem perfeitamente substituir o arroz/massa/batata, ou, pelo menos, tirarem-lhes o protagonismo. Por exemplo, em vez de fazer arroz de lentilhas, porque não fazer apenas lentilhas como acompanhamento? Obviamente que não tenho nada contra o arroz/massa/batata, e acho que há lugar para todos estes acompanhamentos num padrão alimentar saudável e equilibrado, mas conforme este estudo veio demonstrar, um aumento no consumo de lentilhas (ou leguminosas em geral) pode ajudar a diminuir o risco de diabetes tipo 2, bem como pode contribuir para uma melhoria no prognóstico de quem já sofre da doença.

 

2 Comments

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    Esta enganado quem acha que musculos so servem para aumentar a autoestima diante do espelho. Sem eles, o corpo de qualquer ser humano acaba ruindo. E por tras da perda de massa e forca muscular se esconde uma condicao que pode incidir sobre todo mundo e, se nao for contida, reduzir a expectativa e a qualidade de vida. Grave o nome dela: sarcopenia . O envelhecimento, entre outras pecas que prega ao organismo, arma para a musculatura. Para complicar, a medida que os cabelos brancos se multiplicam, bracos e pernas mais mirrados deixam de ser dignos de nota. Nas faixas etarias mais jovens, ate por questoes esteticas, o individuo repara nos proprios musculos. Mas, ao passar dos 40, 50 anos, isso deixa de ser uma preocupacao , observa o geriatra Joao Toniolo Neto, diretor do Nucleo de Estudos Clinicos em Sarcopenia da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp).

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