Alimentos

Mel: um adoçante muito interessante…

O mel é um dos adoçantes mais antigos que existem no nosso planeta. Mas não se limita a ser um simples adoçante, é muito mais do que isso. É um alimento muito saboroso, versátil, que pode ser incluído em inúmeras receitas e que apresenta vários potenciais benefícios para o nosso corpo. Afinal de contas, trata-se de um alimento que possui cerca de 600 substâncias diferentes na sua composição! No entanto, sendo um alimento bastante calórico, o seu consumo deve ser moderado, e não é pelo facto de ser produzido naturalmente que podemos ingeri-lo sem regras…
O mel é utilizado na medicina tradicional há pelo menos 4000 anos, pois é considerado um alimento que consegue afetar positivamente os desequilíbrios materiais primitivos do nosso corpo. É utilizado como um medicamento que é ingerido, sendo que também é incorporado em preparações medicinais herbais, “aumentando o seu efeito e o seu alcance em tecidos mais profundos”.
Já agora, sabe como é que é feito o mel? Basicamente é o resultado da regurgitação, ou se preferir, do vómito das abelhas. O que elas fazem é engolir e digerir o néctar das flores, e depois regurgitam-no sob a forma de mel. Para produzirem o mel as abelhas recorrem a um estômago extra, no qual armazenam o néctar e efetuam a sua digestão parcial. Apesar de parecer um pouco “nojento”, o resultado não podia ser mais delicioso! Depois de ser armazenado nos favos, as abelhas batem as asas para evaporar parte da água e tornar o mel mais espesso.
Uma vez que as abelhas podem utilizar diferentes tipos de flores para extrair o néctar, de forma isolada ou combinada, naturalmente existem muitos tipos de mel diferentes. A cor e o sabor são específicos de cada tipo de mel, tal como a sua composição nutricional, nomeadamente ao nível da presença de antioxidantes como os flavonoides. Atualmente estão descritas dezenas de variedades de mel, umas mais escuras, outras mais claras, umas líquidas, outras sólidas, umas mais intensas, outras mais suaves… Há mel para quase todos os tipos de gostos. Globalmente é considerado que quanto mais escuro é o mel, maior é a sua riqueza em antioxidantes (a diferença entre dois tipos de mel diferentes pode ser de cerca de 20x!!!), mas também mais intenso tende a ser o seu sabor. Em relação ao índice glicémico, ou seja, a capacidade de fazer aumentar bruscamente o açúcar no sangue, tende a ser menor no caso do mel ser monofloral, ou seja, proveniente de um único tipo de flor.
Do ponto de vista do seu consumo, o mel apresenta vários potenciais benefícios. Sendo rico em antioxidantes e outros compostos bioativos (é aqui que está a riqueza nutricional do mel, não é propriamente nos seus macro- e micronutrimentos), o consumo moderado de mel parece diminuir o risco de várias doenças, nomeadamente doenças crónicas e alguns tipos de cancro. Além disso, pode ajudar a aliviar os sintomas de várias doenças respiratórias. Mas quando se fala em mel e saúde, não nos devemos limitar a pensar na sua ingestão, pois o mel parece ser benéfico para a saúde e para a regeneração da pele (além disso contribui também para que a pele fique perfumada…). Ou seja, na minha opinião é um alimento que cumpre duas funções ao mesmo tempo, pois além de substituir o açúcar branco refinado, também adiciona valor nutricional à alimentação.
O que é que se pode encontrar em 100g de mel? (estes valores são valores médios, pois dependem do tipo de mel)– 304kcal
– 82,4g hidratos de carbono
– 0,3g proteína
– 0,0g gordura
– 0,2g fibra
– 4% da DDR (dose diária recomendada) de manganês e cobre
– contém pequenas quantidades de vitaminas, nomeadamente as vitaminas B2, B3, B5 e B6
– contém pequenas quantidades de minerais, nomeadamente ferro, potássio, selénio e zinco
Para terminar, quero que fique claro que não é por causa dos seus potenciais benefícios que o consumo de mel deve ser desregrado, pois trata-se de um alimento muito calórico e rico em açúcares, ou seja, deve ser consumido com muita moderação, tal como qualquer outro adoçante. Mas na minha opinião, é, sem dúvida, uma melhor opção do que o açúcar branco…
Portanto, se for uma pessoa saudável, ativa e tiver o seu peso controlado, a inclusão de mel no seu padrão alimentar não será problemática. Por outro lado, se tiver excesso de peso, ou for diabético, deve procurar aconselhamento para saber de que forma é que pode incluir o mel sem comprometer a sua saúde ou os seus objetivos em relação ao peso.
CURIOSIDADE: Produzir o mel não é uma tarefa fácil! Estima-se que por cada 450g de mel produzido sejam necessárias cerca de 60000 abelhas, que viajaram por cerca de 2 milhões de flores (mais ou menos 88km de voo!!!).

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