Nutrição geral

Não deixe que a falta de motivação lhe destrua o sonho de ter menos peso!

Perder peso não é uma tarefa fácil! E manter o peso baixo é ainda mais difícil! Por mais que nos digam que é possível perder peso sem esforço, todos sabemos que isso não é verdade! É preciso esforço, sim senhor, muito esforço, e por isso quando alguém consegue atingir o seu objetivo deve sentir-se (muito!) orgulhoso… Aliás, se não fosse difícil perder peso, porque é que mais de 30% dos adultos jovens (18-24 anos) têm excesso de peso ou obesidade, nos países desenvolvidos? E falo nos adultos jovens, pois é nessa faixa etária que o ganho de peso parece ser mais rápido, ou seja, trata-se de um grupo mais vulnerável para essa situação. Se pensarmos que se trata do período da nossa vida onde deixamos de crescer e, por isso, o nosso corpo tem que se adaptar a uma nova realidade onde a energia passa a ser necessária apenas para a manutenção do corpo e não para o seu crescimento, até é fácil de compreender porque é que isso acontece. Além disso, os adultos jovens são normalmente bastante resistentes à adesão e cumprimento de planos para redução de peso, mesmo sabendo que um excesso de peso nessa idade muito provavelmente será um excesso de peso ou mesmo obesidade no futuro…
Um profissional de nutrição não pode saber apenas muito de alimentos e nutrimentos. Tem que saber lidar com as pessoas, compreender as suas angústias, fraquezas, motivações… Tem que saber criar regras mas ao mesmo tempo dar espaço de manobra para que os pacientes não percam a sua “identidade”. Para que isso aconteça, é fundamental perceber de que forma é que se consegue motivar e aumentar a adesão dos pacientes aos planos sugeridos (e não impostos!). Sabe-se que a perda de peso tem uma trajetória dinâmica, com um início normalmente determinado, onde a motivação dos pacientes está em alta. Mas à medida que o tempo vai passando, o desinteresse vai-se apoderando dos pacientes, que já não se sentem tão recompensados por verem o seu peso chegar ao valor pretendido.
Recentemente foi publicado um artigo no qual os investigadores procuraram comparar a vontade de perda de peso e motivação de adultos jovens com peso normal, excesso de peso ou obesidade. Um elemento central deste estudo foi a capacidade dos pacientes se esforçarem para obter recompensas (tais como olhar para a balança e ver menos peso do que o original). Curiosamente, mas não surpreendentemente, o grupo com menos força de vontade foi o grupo dos adultos jovens com obesidade. Também se observou que os participantes com maior capacidade de se esforçarem para atingir os objetivos foram os que apresentaram a menor taxa de desistência dos planos de perda de peso.
Se por um lado, quem tem mais peso é quem beneficia mais de uma redução do mesmo, e por outro lado, é quem tem menos capacidade de se esforçar para atingir os objetivos propostos, como é que se combinam estas duas características? A resposta não é fácil de dar, e cabe a cada profissional de nutrição ter a sensibilidade e a capacidade de lidar com esta falta de motivação, ajustando as estratégias delineadas às características de cada paciente. Só assim será possível atingir o sucesso que, afinal, é o objetivo de ambos: a pessoa quer perder peso e o nutricionista quer que ela perca peso. A partir do momento que alguém chega à beira de um nutricionista com esse objetivo, só há uma coisa a fazer, trabalhar em equipa. E como em qualquer equipa, por vezes há períodos onde um dos elementos está mais desmotivado, e nessas alturas é necessário perceber como o motivar, para a equipa voltar a ser ganhadora! Estabelecer objetivos, definir metas, propor recompensas são estratégias cruciais para o sucesso de uma estratégia de perda de peso. E, acima de tudo, muita capacidade de trabalho e força de vontade de ambas as partes…

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