Nutrição geral

A gordura corporal não é toda igual!

Sendo hoje o Dia Mundial da Diabetes, decidi escrever um post sobre a relação entre a gordura corporal e essa doença…
A insulina é uma hormona muito importante para o nosso organismo. É produzida pelas células beta do pâncreas, em situações de excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia), e tem como principal objetivo fazer baixar esse açúcar para valores normais. Problemas na produção ou na atuação da insulina estão relacionadas com a doença diabetes mellitus, à qual vulgarmente se chama apenas diabetes. Os principais tipos de diabetes são a tipo 1 e a tipo 2. Na diabetes tipo 1 existe destruição das células que produzem a insulina, o que leva a uma insuficiência na produção da mesma. Na diabetes tipo 2, as células do organismo desenvolvem resistência à insulina, ou seja, apesar da insulina poder ser produzida em quantidades normais, o organismo não reage como deve ser, pois torna-se insensível a essa hormona.
Apesar de os mecanismos subjacentes à resistência à insulina não estarem ainda completamente elucidados, atualmente considera-se que a obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento dessa resistência. É devido a isso que normalmente a diabetes tipo 2 tende a surgir em pessoas obesas, e que a redução de peso pode reverter alguns quadros de resistência à insulina. (aqui temos um bom argumento para que quem não é obeso se preocupe em continuar assim, e para que quem é obeso se preocupe em deixar de sê-lo!)
Sabe-se que o excesso de gordura não tem as mesmas consequências em diferentes pessoas e isso está relacionado não só com as características de cada um, mas também com o tipo de gordura, e, em particular, com a localização da gordura. De uma maneira geral, a gordura visceral parece ser muito mais perigosa para a saúde do que a gordura subcutânea. Recentemente foi publicado um artigo muito interessante sobre a relação que existe entre a resistência à insulina e a presença de tecido adiposo no organismo. Nesse estudo os autores concluíram que a acumulação de gordura no pericárdio (que é uma espécie de bolsa que envolve o coração), e a sua razão com a gordura subcutânea, está associada a um risco aumentado de se desenvolver resistência à insulina, independentemente do índice de massa corporal, da gordura total, ou mesmo da quantidade de gordura visceral que a pessoa apresenta!
A questão que se coloca é como controlar os locais onde se armazena a gordura… Apesar de ser um assunto que não está bem esclarecido, de uma maneira geral acredita-se que a existência de oscilações significativas no peso, ou seja, períodos de emagrecimento e períodos de aumento do peso, levam a que gradualmente a gordura se vá acumulando nos locais mais perigosos. Ou seja, há cada vez mais evidências que sugerem que é benéfico manter um peso o mais estável possível durante a vida. Por isso não se esqueça, a gordura não é toda igual, e pelo menos tão importante como a quantidade total, é a relação que existe entre os diferentes tipos de gorduras. Ter uma alimentação saudável, conhecer os benefícios específicos dos principais alimentos, e quais as melhores combinações, juntamente com um estilo de vida mais ativo são ingredientes chave para que a nossa composição corporal seja mais adequada. Não tenho dúvida nenhuma que um dia mais tarde teremos uma melhor qualidade de vida, com muito menos problemas de saúde…

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