Grávidas, crianças e adolescentes

Consumo de cafeína durante a gravidez… sim ou não?

O consumo de cafeína é um vício para muitas pessoas… Seja ao início do dia, no final das refeições, ou mesmo à noite, o consumo de bebidas com cafeína é algo que muita gente sente necessidade. De entre as formas de consumir cafeína, há uma que se destaca claramente, que é sob a forma de café. E a este nível, há que salientar não apenas a própria cafeína, como toda a rotina e o prazer que envolve o consumo desta bebida. Beber café é algo que já faz parte da cultura Portuguesa, e por isso é uma atividade que muita gente não dispensa! Além disso, uma vez que a cafeína é uma substância que tem tendência para causar algum grau de dependência, por vezes não é fácil abdicar do seu consumo.


A gravidez é um período fascinante da vida de uma mulher, mas que exige da mesma, mais do que a qualquer outra pessoa, desafios constantes. De repente passa a existir um cuidado acrescido com tudo ao qual a grávida está exposta, não apenas para o seu próprio bem-estar e saúde, mas acima de tudo por causa da nova vida que se está a gerar no seu interior. De uma maneira geral não há grandes restrições alimentares durante a gravidez, ainda que, como é óbvio, sendo um período no qual o aumento de peso é quase uma inevitabilidade, convém gerir com bom-senso o que é ingerido durante esse período (mais informações sobre esse assunto neste post). No entanto, há principalmente dois tipos de alimentos que uma grávida deve evitar consumir: bebidas alcoólicas e bebidas com cafeína (nomeadamente café, mas também chá, por exemplo). E se em relação às primeiras, o seu não consumo pode não ser problemático para a maior parte das pessoas, já o deixar de tomar café não é bem assim…

 

Se está grávida deve evitar consumir bebidas alcoólicas e bebidas com cafeína.

 


Recentemente foi publicado um artigo na revista científica American Journal of Clinical Nutrition, no qual se procurou perceber se existe alguma associação entre o consumo de cafeína (proveniente de café e/ou chá) em grávidas e as características do bebé após o nascimento. Foi observado que, de uma maneira geral, o consumo de cafeína provocou uma diminuição do tamanho e do peso do bebé.


Este estudo revela algo preocupante… De uma maneira geral está instituído que se uma grávida consumir no máximo 1-2 cafés por dia, não há grande risco para o bebé, pois o total de cafeína consumido fica claramente abaixo das 300mg/dia, que é o valor definido pela Organização Mundial de Saúde como sendo o máximo que pode ser consumido com segurança durante a gravidez. No entanto, o artigo que eu destaco neste post revela que mesmo que a ingestão seja inferior a esse valor, há consequências significativas para o bebé. Nunca é demais relembrar que o metabolismo da cafeína é mais lento na grávida, e está ausente no feto, sendo que como se isto não bastasse, a cafeína tem a capacidade de atravessar a placenta e entrar na circulação deste. Por outro lado, apesar desse potencial risco para o bebé, também é importante referir que a dependência por cafeína pode fazer com que não seja fácil para a grávida deixar de consumir café de forma abrupta, com inevitáveis consequências física e psicológicas (pelo menos para a maioria). Por isso, o ideal será a mulher começar a deixar de consumir cafeína se estiver numa fase de tentar engravidar, podendo simplesmente deixar de beber café ou chá, ou alternativamente, passar a beber café descafeinado e infusões. Se esta mudança surgir com tempo, ainda antes da gravidez, torna-se bem mais simples a tarefa de, se possível, não consumir nenhuma cafeína durante um dos períodos mais mágicos da vida de uma mulher – a gravidez!

 

O consumo de cafeína durante gravidez, mesma em valores abaixo do limite definido como seguro pela Organização Mundial de Saúde, parecem provocar uma diminuição do peso e do tamanho do feto.

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