Nozes pousadas numa mesa
Nutrição geral

O consumo de nozes pode diminuir o risco de aparecimento de algumas doenças crónicas

Nos últimos anos a forma de encarar a nutrição tem vindo a mudar gradualmente, no sentido de se começar a dar uma atenção crescente não apenas ao que se passa nas nossas células, mas também no que se passa ao nível das bactérias intestinais. Já escrevi sobre o assunto aqui no blog, mas de facto a microbiota intestinal parece ter muita influência no funcionamento do nosso corpo, no seu estado de saúde e na prevenção/aparecimento de doenças (mais informações sobre a microbiota intestinal neste post). Um dos potenciais benefícios da microbiota intestinal é a produção de moléculas que depois serão absorvidas, entrarão na corrente sanguínea e terão efeitos regulatórios em diversos processos metabólicos. De entre estas moléculas, há uma classe que tem merecido uma atenção em particular: os ácidos gordos de cadeia curta (especialmente o ácido butírico, ou butirato). São vários os potenciais benefícios atribuídos aos ácidos gordos de cadeia curta, nomeadamente ao nível da diminuição dos níveis de colesterol total e de LDL na corrente sanguínea (mais informações sobre o colesterol neste post).


De uma maneira geral, sabe-se que uma alimentação pouco cuidada, rica em açúcares simples e gorduras saturadas tem potencial para causar desequilíbrios na microbiota intestinal, sendo que a diminuição da produção de butirato é uma das possíveis consequências. Consequentemente, esse tipo de alimentação tem efeitos negativos no nosso metabolismo e, por isso, na nossa saúde. Por outro lado, sabe-se que há vários alimentos cujo consumo está associado a uma diminuição do risco de aparecimento de várias doenças crónicas. Estou a referir-me, por exemplo, a alimentos ricos em fibra e em gordura insaturada. Felizmente são vários os alimentos que apresentam uma destas características. Há igualmente diversos alimentos que reúnem ambas. Os frutos secos e, em particular, as nozes, são um exemplo desses alimentos.

 

A nossa alimentação tem impacto direto nas nossas células mas também nos milhões de bactérias que vivem nos intestinos. Alimentos ricos em fibra e em gordura insaturada têm efeitos benéficos na manutenção de um equilíbrio saudável na microbiota intestinal.

 


Recentemente foi divulgado um estudo científico na revista Journal of Nutrition, no qual foi investigado qual o efeito do consumo de nozes na composição da microbiota intestinal e em diversos marcadores bioquímicos. De uma maneira geral, observou-se que o consumo diário de 45g de nozes induziu alterações significativas na composição da microbiota. Mais especificamente, aumentou a proporção de bactérias capazes de produzir ácidos gordos de cadeia curta, que se sabe que são bactérias potencialmente benéficas para o nosso organismo. Além disso, promoveu também uma diminuição dos níveis de colesterol total e de LDL.


Concluindo, este estudo veio demonstrar, com mais detalhe, que o consumo de nozes tem alguns benefícios associados. Além de serem uma excelente fonte de vários nutrimentos e, dessa forma, poderem ter um impacto direto ao nível do funcionamento das nossas células, têm também o potencial de alterar favoravelmente a composição da microbiota intestinal. Nunca é demais relembrar que a composição da microbiota intestinal parece estar relacionada com o risco de aparecimento de várias doenças, entre as quais destacaria a obesidade, doenças do fígado, dos rins, doenças respiratórias e até doenças psiquiátricas, como a depressão. Ou seja, é fundamental perceber de que forma é que se pode promover um equilíbrio saudável entre as bactérias e leveduras que habitam o nosso intestino, pois dessa forma estaremos melhor preparados para tirar partido de tudo o que de bom a alimentação nos tem para oferecer.

 

O consumo de nozes parece aumentar a quantidade de bactérias benéficas no intestino e, dessa forma, contribuir para uma diminuição dos níveis de colesterol total e do chamado “mau colesterol” na corrente sanguínea.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *