Alimentos

Maçãs… pecado é não comê-las!

As maçãs são, possivelmente, a fruta mais consensual e mais consumida em todo o Mundo. São várias as razões que podem justificar a fama das maçãs, nomeadamente o facto de serem muito versáteis do ponto de vista culinário, apresentarem uma elevada disponibilidade (em Portugal durante o ano todo), serem uma fruta com um custo relativamente baixo e, claro, serem deliciosas! A sua irresistibilidade está bem espelhada em diferentes histórias/crenças, nomeadamente o facto de ter sido considerada a fruta do pecado para o Adão e a Eva, ou a causa do envenenamento da Branca de Neve. Afinal, quem é que consegue resistir a uma suculenta maçã?


A origem desta fruta remonta à região que atualmente corresponde ao Cazaquistão, por volta do ano 6500 a.C. A sua produção era selvagem, mas como esse local era um local de passagem para muitos comerciantes, as maçãs eram colhidas pelos mesmos e consumidas durante os seus trajetos, que iam descartando as sementes durante a viagem. Devido a isso, a produção de maçãs foi-se globalizando, sendo que atualmente os maiores produtores são a China, Estados Unidos da América, Turquia, Polónia e Itália. Existem mais de 7500 variedades de maçã, que diferem na cor, textura, tamanho e sabor. Outra característica importante é que o tempo de maturação dos diferentes tipos de maçãs é bastante variável, pelo que é possível produzi-las durante quase todo o ano, sendo que o final do Verão e o início do Outono são as alturas do ano onde a colheita de maçãs atinge o seu pico máximo.

 

A maçã é uma fruta que além de ser deliciosa apresenta uma elevada disponibilidade e um baixo custo.

 


As diferentes variedades de maçã também diferem na sua composição em termos de nutrientes e, em particular, em relação aos compostos bioativos que apresentam. Como não há maçãs “boas” nem maçãs “más”, o ideal é ir variando, de forma a tirar partido do melhor que os vários tipos desta fantástica fruta lhe podem oferecer.


O que é que se pode encontrar em 100g de maçã?
– 52kcal
– 13,8g hidratos de carbono
– 0,3g proteína
– 0,2g gordura
– 2,4g fibra
– 83% da dose diária recomendada (DDR) de fluoreto
– 5% da DDR de vitamina C
– 3% da DDR de potássio


Como pode constatar, do ponto de vista nutricional a maçã não é uma fruta com uma composição particularmente exuberante, sendo que além dos nutrientes, os compostos bioativos que possui, juntamente com o tipo de fibra que apresenta, e as poucas calorias que fornece, são ingredientes que tornam a maçã globalmente uma fruta muito interessante.

 

A maçã apresenta uma composição nutricional equilibrada, que reúne vários nutrientes, compostos bioativos e fibra solúvel.

 


Para terminar, convém destacar que, de uma maneira geral, a maçã é considerada uma fruta segura, sem grandes riscos associados ao seu consumo. No entanto, há alguns aspetos a ter em atenção. As sementes da maçã contêm uma substância chamada amigdalina que, quando digerida, liberta cianeto (em níveis baixos, como é óbvio), pelo que o seu consumo deve ser evitado. Como para haver ocorrência da libertação de cianeto, a amigdalina deve ser digerida, se as sementes não forem mastigadas este risco não se coloca. Como é lógico, o consumo esporádico dessas sementes não tem consequências negativas, mas se for em grande escala pode ter. Para ter uma ideia, em média seria necessário consumir (e mastigar!) 143 sementes de maçã para atingir valores potencialmente fatais. Como cada maçã contém cerca de 8 sementes no máximo, isto corresponde a comer as sementes de, pelo menos, 18 maçãs! Devido à potencial libertação de cianeto, deve-se evitar dar aos animais maçãs com as sementes. Também convém referir que a maçã é moderadamente ácida (esta característica varia muito consoante o tipo de maçã considerado), pelo que, ao contrário do que é afirmado em linguagem popular, o seu consumo não é equivalente a lavar os dentes, bem pelo contrário…

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