O que acontece quando temos excesso ou carência de ácido fólico
Nutrimentos

Carência e excesso de ácido fólico: o que pode acontecer

O ácido fólico, tal como qualquer outro nutrimento, é indispensável para o correto funcionamento do nosso corpo (mais informações sobre o ácido fólico neste post). Uma vez que se trata de uma vitamina amplamente distribuída por muitos alimentos diferentes, com uma alimentação variada e equilibrada é possível, para a maioria das pessoas, atingir uma quantidade de ácido fólico adequada. Devido a isso, a deficiência desta vitamina é uma condição rara, surgindo frequentemente associada a situações mais específicas tais como desnutrição, na qual o consumo de ácido fólico e de vários outros micronutrimentos (mais informações sobre os micronutrimentos neste post) é deficitário. Também em pessoas com alcoolismo a carência de ácido fólico é mais frequente, não só porque há uma certa tendência para que a alimentação dessas pessoas seja menos cuidada, mas também porque o álcool interfere com a absorção intestinal dessa vitamina, bem como a sua degradação. Indivíduos que sofrem de doenças inflamatórias intestinais estão igualmente num maior risco de apresentarem níveis baixos de ácido fólico, pois a sua absorção intestinal pode estar comprometida. Durante a gravidez e a lactação há um maior risco de aparecimento de carências desta vitamina, pois as necessidades diárias são maiores.


A principal consequência associada a deficiência de ácido fólico é a anemia megaloblástica, uma doença na qual estão presentes glóbulos brancos vermelhos, e de maiores dimensões. Além de poder ser causada por carências de ácido fólico, esta condição pode também estar associada a níveis baixos de vitamina B12. As principais manifestações da anemia megaloblástica são fraqueza, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, dor de cabeça, palpitações cardíacas e falta de ar. Outras manifestações de carências de ácido fólico incluem dor e lesões na língua e em outras partes da boca, alterações na pele e cabelo, pigmentação das unhas e problemas gastrointestinais. Uma das consequências mais graves de carências de ácido fólico surge associada à gravidez, uma vez que aumenta significativamente o risco de aparecimento de problemas no sistema nervoso central, mais concretamente defeitos no tubo neural (espinha bífida, por exemplo), bem como baixo peso à nascença, parto prematuro e crescimento fetal diminuído.

 

Carências de ácido fólico podem originar diferentes consequências, sendo de destacar a anemia megaloblástica e, no caso das grávidas, defeitos no tubo neural dos fetos.

 


Por outro lado, há também pessoas que apresentam níveis excessivos de ácido fólico, principalmente devido a um consumo desnecessário ou excessivo de suplementos contendo esta vitamina, ou de alimentos fortificados com ácido fólico. Nestas situações há o risco de um excesso de ácido fólico mascarar eventuais carências de vitamina B12. Além disso, há estudos que sugerem que nesses casos pode haver um aumento do risco de vários tipos de cancro, principalmente cancro do intestino. Pode ainda originar problemas cognitivos, tanto em crianças como em adultos. Outras manifestações associadas ao excesso de ácido fólico incluem problemas de estômago, de sono e de pele, confusão, perda de apetite, náuseas e enjoos.


A forma mais frequente de se saber se determinada pessoa tem níveis adequados de ácido fólico é através da sua quantificação no sangue. No entanto, convém ter a noção de que esta análise depende muito da ingestão recente dessa vitamina, ou seja, não reflete os níveis dessa vitamina a longo prazo. Para essa avaliação, deve ser feita a quantificação de ácido fólico nos glóbulos vermelhos (e não no sangue). Também é possível ter uma noção da quantidade de ácido fólico através da quantificação de homocisteína no sangue.

 

Um excesso de ácido fólico pode aumentar o risco de aparecimento de cancro do intestino e causar problemas cognitivos e de estômago.

2 Comments

  • eduardo

    Boa noite,
    Valores de ácido fólico acima de quanto no sangue deveremos nos preocupar, haja vista que o valor de referência nos exames indicam, apenas, que devem ser acima de 5 sem especificar um valor máximo. Desde já agradeço, antecipadamente por uma eventual resposta.

    • João Rodrigues

      Bom dia, em casos excessivos podem surgir alguns problemas de saúde, mas trata-se de uma situação bastante rara, e que normalmente está associada a um consumo excessivo de suplementos de ácido fólico.

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