Nutrimentos

Carência e excesso de manganês: o que pode acontecer

Apesar de não existir muita informação sobre os níveis de manganês médio das populações (mais informações sobre o manganês neste post), acredita-se que a maior parte da população obtém quantidades adequadas deste a partir da alimentação. Ou seja, assume-se que a carência de manganês pode ser na realidade uma condição muito rara.


Quando existe carência deste mineral, o tecido ósseo é um dos principais tecidos afetados, causando desmineralização e atraso no crescimento das crianças. Pode ainda causar erupções cutâneas, despigmentação do cabelo, níveis baixos de colesterol no sangue (mais informações sobre o colesterol neste post), alterações do humor e aumento das dores pré-menstruais. Nalgumas situações pode também alterar a tolerância à glucose, e, consequentemente, aumentar o risco de aparecimento de diabetes (mais informações sobre a diabetes neste post). Até ao momento não são conhecidos grupos de risco para desenvolvimento de carência de manganês.

 

A carência de manganês é uma condição muito rara, que afeta principalmente o tecido ósseo.

 


Quanto à situação oposta, ou seja, excesso de manganês, a mesma só ocorre associada a consumo excessivo de suplementos contendo este mineral, ou água contendo níveis elevados do mesmo, ou ainda em profissões que pressupõem uma exposição elevada ao manganês (mineiros, por exemplo). O excesso deste mineral afeta o sistema nervoso central e pode causar espasmos musculares, zumbidos, perda auditiva, insónias, depressão, anorexia, dor de cabeça, irritabilidade, fraqueza nas extremidades, alterações de humor e problemas na coordenação óculo-manual. Estas manifestações podem progredir para problemas neuromotores semelhantes aos observados na doença de Parkinson, nomeadamente tremores, alterações na marcha, alterações no equilíbrio e rigidez corporal. Pessoas com problemas crónicos de fígado têm uma menor incapacidade de excretar o manganês através da bílis, e são por isso mais suscetíveis de apresentarem excesso deste.


Para terminar, é importante referir que o manganês pode interferir com alguns medicamentos. Por exemplo, há uma classe de antibióticos, designados quinolonas, cuja absorção intestinal parece diminuir na presença de manganês, pelo que nestes casos o consumo de suplementos de manganês deve ocorrer com pelo menos 1h de intervalo para o consumo do antibiótico (ciprofloxacina, norfloxacina, enoxacina, esparfloxacina, trovafloxacina e grepafloxacina). O magnanês pode também combinar-se com outra classe de antibióticos, as tetraciclinas (micociclina, democlociclina e tetraciclina), diminuindo a sua absorção intestinal. Devido a isso, é recomendado um intervalo de pelo menos 2-4h entre o consumo de ambos.

 

O consumo de manganês pode interferir com a absorção intestinal de alguns antibióticos, nomeadamente as quinolonas e as tetraciclinas

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