Vargens com favas
Alimentos

Favas: como consumir

As favas são um alimento que não só é delicioso, como também é extremamente nutritivo (mais informações sobre as favas neste post). Têm um sabor característico, que não agrada a toda a gente, mas uma coisa é certa, normalmente destacam-se pelo sabor diferente que conferem às receitas nos quais são utilizadas. Eu pessoalmente gosto bastante, mas conheço muita gente que só de ouvir a palavra fava, perde logo a vontade de comer…


Se comprar as favas ainda dentro das vargens, deve escolher as que se encontram mais firmes, e apertadas, pois normalmente as vargens mais soltas contêm favas mais envelhecidas e, consequentemente, com um sabor mais amargo. Em média, cada vargem contém 4-5 favas. Retirar as favas das vargens é algo bastante divertido, e normalmente as crianças adoram, por isso aproveite e faça-o em família, com os seus filhos ou netos…


A preparação das favas pode ser uma tarefa um pouco complexa. E isto deve-se, essencialmente, ao facto de que estas possuem uma película externa, muitas vezes chamada de “camisa”, que muitas pessoas preferem retirar. Para tal, muita gente utiliza as favas cruas, mas a forma mais fácil de “descamisar” as favas passa por colocá-las em água com sal a ferver, durante cerca de 60 segundos, e depois colocar imediatamente em água gelada. Este procedimento vai amolecer a tal película, e a sua remoção torna-se muito mais simples. Depois do arrefecimento, basta fazer um golpe numa das extremidades da fava, e espremer o conteúdo. De qualquer das formas, esta película é perfeitamente comestível, e se gostar e tolerar o seu consumo, não a deve retirar.

 

Quando escolher favas, opte pelas vargens mais firmes e apertadas. Na altura de preparar as favas, se pretender tirar a película externa, ferva-as durante cerca de 1 minuto.

 


Em relação ao consumo, propriamente dito, são várias as formas de consumir as favas. Estas podem ser utilizadas como ingrediente na sopa, ou então utilizadas como acompanhamento. Além das típicas favas com chouriço, são igualmente uma boa opção para acompanhar pratos de carne ou peixe. Cozidas, ou reduzidas a puré, conferem uma originalidade e uma cor fantásticas a diferentes receitas, ao mesmo tempo que as enriquecem do ponto de vista nutricional. Pode ainda cozer as favas e utilizá-las como componente de deliciosas saladas. Mas as favas não têm que ser sempre usadas apenas como elemento secundário. Porque não preparar um prato vegetariano usando as favas como protagonistas? Experimente fazer umas almôndegas ou hambúrgueres de favas e deixe-se surpreender pela consistência e pelo sabor do resultado final. Pode ainda experimentar preparar hummus, mas com favas em vez de grão-de-bico. Fica surpreendentemente delicioso!


Já que estou a falar sobre diferentes formas de consumir as favas, obviamente que não poderia deixar de referir uma forma que não é tão interessante em termos nutricionais, mas que é bastante comum no nosso país, principalmente mais para a região Sul. As favas podem ser fritas e consumidas como snack na versão com sal ou então na versão com sal e piri-piri. O facto de serem fritas e estarem carregadas de sal faz com que não seja a melhor opção para consumir as favas, mas o seu sabor e a sua textura crocante tornam-nas um snack (quase) irresistível… Se quiser preservar a textura e o sabor das favas, não precisa de as fritas, basta tostá-las no forno e nesse caso o resultado final é um snack bem mais interessante, que pode ser consumido diretamente dessa forma, ou então utilizado como ingrediente para conferir uma textura crocante (em saladas, por exemplo).

 

As favas podem ser consumidas de diversas formas: na sopa, como acompanhamento, como ingrediente de pratos vegetarianos ou como snack.

 


O consumo de favas não está isento de riscos. Do ponto de vista intestinal, podem causar flatulência, distensão abdominal e, eventualmente, diarreia, principalmente se forem consumidas com a tal película exterior que referi no início deste post. Além disso, as favas possuem na sua composição uma substância chamada levodopa que pode interferir com o funcionamento do cérebro, e, eventualmente, aumentar o risco de deficiência de vitamina B6. Por último, destacaria que há um defeito genético que é caracterizado por falhas numa enzima chamada glucose-6-fosfato desidrogenase. Pessoas com esta doença genética não devem comer favas, uma vez que se o fizerem podem entrar em quadros de anemia, insuficiência renal e mesmo morte.

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