Nutrição geral

Principais vantagens do vegetarianismo

Recentemente escrevi um post no qual destacava diferentes tipos de vegetarianismo (mais informações aqui). Globalmente, e independentemente de qual o tipo de vegetarianismo que se considera, trata-se de um padrão alimentar que quando é praticado corretamente, tem associado a ele várias potenciais vantagens.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar uma vantagem que serve de motivação para muitas pessoas se tornarem vegetarianas: trata-se de um padrão alimentar que minimiza claramente o sofrimento animal. Claro que pode questionar-se se é errado matar para comer, ou alegar que se está a consumir animais que foram criados especificamente com o objetivo de alimentar o ser humano, mas uma coisa é certa, independentemente de ser moralmente correto ou não (e eu não estou a defender nenhuma das posições), se não se consumir produtos de origem animal, essa discussão nem se coloca. Aliado ao conceito de minimizar o sofrimento animal, está também outro aspeto muito importante, que se prende com o impacto que a alimentação à base de produtos de origem animal tem no meio ambiente. Na realidade, a criação de animais é uma enorme fonte de poluição, e de consumo de água, pelo que, quem defende o vegetarianismo alega que este se trata de um padrão alimentar bem mais sustentável para a manutenção da saúde do nosso planeta.
Do ponto de vista nutricional, a alimentação vegetariana tem algumas características (muito) interessantes. Em primeiro lugar, trata-se de uma alimentação tradicionalmente rica em fibra (pode ler mais sobre a fibra neste post). O consumo de quantidades adequadas de fibra está relacionado com vários benefícios para o nosso corpo, não só a nível intestinal. Cada vez se sabe mais sobre este fascinante nutriente e, por isso, o destaque que tem merecido tem vindo, felizmente, a aumentar. Além da ingestão aumentada de fibra, o vegetarianismo relaciona-se também com um elevado consumo de antioxidantes. Globalmente os antioxidantes protegem o nosso corpo de agressões externas e internas. Isso faz com que os danos causados por vários fatores diferentes se tornem menos frequentes. Consequentemente, será de esperar uma diminuição do risco de aparecimento de doenças crónicas, doenças cardiovasculares e de doenças inflamatórias, bem como de vários tipos de cancro. Além disso, os antioxidantes também atrasam o envelhecimento, o que significa que um consumo aumentado de antioxidantes pode estar relacionado com uma perda mais lenta de várias funções que se perdem à medida que se vai envelhecendo.
O padrão vegetariano está também associado a um aumento do consumo de potássio, que é um mineral que desempenha várias funções no organismo, nomeadamente a regulação da pressão arterial. Devido a isso, este padrão alimentar está normalmente relacionado com uma diminuição do risco de hipertensão arterial. Além disso, como os produtos vegetais não contêm colesterol (o colesterol é exclusivo dos animais!), também pode contribuir para uma diminuição dos níveis dessa gordura no sangue. Ou seja, devido aos efeitos na pressão arterial e nos níveis de colesterol, existe uma diminuição importante no risco de aparecimento de doenças cardiovasculares. Também ao nível da gestão de peso, sabe-se que tendencialmente o vegetarianismo parece causar uma diminuição do risco de obesidade (ainda que este tipo de generalização seja sempre muito subjetivo, pois é possível um vegetariano apresentar obesidade…).
Como pode constatar, são vários os benefícios que o vegetarianismo lhe pode trazer. Contudo, quero que fique claro que não é um padrão alimentar perfeito e que, naturalmente, também tem algumas desvantagens associadas. Em breve irei escrever um post sobre esse assunto…

 

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