Nutrição geral

Há mais plástico na cozinha do que imagina…

Recentemente escrevi um post sobre os recipientes de plástico que utilizamos para guardar ou aquecer a comida (pode consultar esse post aqui). Este problema, porque é mesmo, na minha opinião, um problema, não se esgota apenas nos recipientes a que nós vulgarmente chamamos de tupperwares (atenção que não tenho nenhum interesse comercial!). Há muito plástico menos evidente numa cozinha, e que pode ter um impacto tão ou mais negativo na nossa saúde
Por exemplo, já reparou que atualmente a maior parte dos utensílios de cozinha que existem nas lojas, tais como a escumadeira, a colher de pau (?), o coador, a pinça, etc., são quase sempre de plástico? E que esses utensílios são utilizados a elevadas temperaturas, sem haver, muitas vezes, o mínimo cuidado? E o que dizer da varinha mágica, da liquidificadora, ou de outros pequenos eletrodomésticos que muitas vezes têm superfícies de plástico que contactam diretamente com os alimentos?
Mas o plástico não termina aqui… Os sacos de plástico são outro potencial problema. E neste caso com uma agravante, que está relacionada não com o calor mas sim com o frio… De facto, toda ou quase toda a gente tem em casa comida congelada em sacos de plástico. E mesmo que sejam sacos de congelação, será que durante os dias, semanas meses ou anos em que os alimentos ficam congelados, não existe nenhuma transferência de substâncias para os alimentos?
E já agora, já alguma vez valorizou o facto de existirem inúmeras bebidas e alimentos crus ou processados que são comercializados em embalagens de plástico? Deve procurar sempre analisar não só os alimentos, mas também as embalagens que os contêm. E olhe que fazer isso é mais simples do que parece… Não sei se já alguma vez reparou, mas todos os plásticos têm um código de um dígito, normalmente dentro de um símbolo com setas. Deve estar atento a essa informação, e saber o que ela significa, para fazer as melhores escolhas. Em breve irei colocar um post sobre esse assunto aqui no blog. Além disso, procure sempre a informação sobre se o plástico contém ou não contém bisfenol-A (BPA). Se não vir nenhuma indicação, o mais certo é a embalagem conter essa substância, pois quando não a contém, as marcas fazem questão de o anunciar. Outro aspeto menos óbvio das embalagens, é o que se passa com os alimentos enlatados (principalmente os vegetais), pois as latas tendem a estar revestidas com plástico. Neste caso, com a agravante de estarmos a falar em produtos que são muitas vezes armazenados durante anos…
E os produtos antiaderentes, como o teflon, já alguma vez pensou se serão 100% seguros? Obviamente que neste caso terão que ser produtos preparados para lidar com temperaturas muito elevadas, mas como também me parece lógico, tratam-se de produtos que têm uma duração limitada. Por isso, ao mínimo sinal de que a sua frigideira, grelhador ou outro produto antiaderente  tem a superfície envelhecida (raspada, com alteração de cor, com pequenas bolhas, …) deve descartá-los e substituir por novos, pois corre o risco de contaminar a sua comida com poluentes que podem vir a ter um impacto muito negativo na sua saúde. Sabia que se aquecer uma frigideira (ou outro objeto) antiaderente numa cozinha pequena com pouca exaustão, e tiver um pássaro na cozinha, é  provável que ele morra com o fumo que se liberta? No mínimo isto dá que pensar…
Por último, há algo que não é muito valorizado e que pode representar mais uma potencial fonte de contaminação dos alimentos, a película aderente! Quantas vezes já utilizou película aderente em comida ainda meio quente, ou para congelar alimentos? Deve evitar utilizar a película aderente em contacto com os alimentos, principalmente se não estiverem frios. A película aderente é muito útil para tapar recipientes de forma eficaz, mas de preferência sem tocar nos alimentos. Mas mesmo se a película aderente não tocar nos alimentos deve ter cuidado, pois se cobrir um recipiente quente com película, o vapor de água vai-se condensar na superfície da película e pode ficar contaminado com substâncias que depois, quando as gotas caírem, vão contaminar a comida… O mesmo se aplica à fruta, por exemplo. É muito vulgar as grandes superfícies venderem fruta cortada (melancia, melão, meloa, abacaxi, …) embalada em película aderente. Quando chega a casa deve retirar a película, colocar a fruta num prato e tapar com papel de alumínio, pois até indicação contrária trata-se de um material mais inerte e estável. E já agora, por favor não aqueça nada no micro-ondas com película aderente, pois essa radiação altera a composição da película…
Como reparou, estamos rodeados de plástico por todo o lado, e se me parece impossível evitar completamente a sua utilização, parece-me perfeitamente possível minimizar os riscos a que nos expomos. Conhecer os perigos dos plásticos e saber lidar com eles é uma obrigação nossa, se, de facto, queremos ter uma alimentação saudável!

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