A vitamina B3, também chamada de niacina, nicotinamida, ácido nicotínico ou vitamina PP, é uma vitamina solúvel em água, que pertence ao complexo B. É uma molécula indispensável para o correto funcionamento do nosso corpo, sendo que além das suas funções naturais, também tem vindo a ser utilizada como tratamento de alguns problemas de saúde. A niacina desempenha vários papéis no nosso organismo, nomeadamente ao nível da obtenção de energia por parte das nossas células. Além disso, é também fundamental para a produção de diversas hormonas, tais como as hormonas sexuais e as hormonas relacionadas com o stress. Melhora também a circulação sanguínea e parece ter efeitos anti-inflamatórios.
Como se trata de uma vitamina solúvel em água, não é armazenada em quantidades significativas no nosso corpo, pelo que deve ser consumida regularmente. A melhor forma de obter a niacina que necessita é através da alimentação. São várias as fontes alimentares desta vitamina, tais como vegetais verdes, carne, peixe e ovos. Além disso, há também alimentos que são muitas vezes fortificados nesta vitamina, tais como, por exemplo, os cereais e as papas. No entanto, se a alimentação for insuficiente, pode recorrer-se a suplementos desta vitamina.
A quantidade de niacina necessária diariamente depende da idade, do género e, no caso das mulheres, depende também se a mulher está grávida ou a amamentar. Se o consumo de niacina ocorrer através da alimentação, normalmente não está associado a nenhum tipo de efeito secundário. No entanto, se for através de suplementos, pode provocar problemas de estômago, irritação da pele, entre outros. Devido a isso muitas vezes os suplementos de vitamina B3 são tomados juntamente com anti-inflamatórios ou anti-histamínicos…
A niacina tem vindo a ser utilizada há várias décadas como tratamento em pessoas com excesso de colesterol no sangue, bem como na prevenção de doenças cardiovasculares. O seu efeito benéfico parece basear-se no aumento dos níveis do chamado “bom colesterol” (pode aumentar até 35%!), e na diminuição dos triglicéridos e também do chamado “mau colesterol”. Por si só, é na maior parte das vezes insuficiente para se obter o resultado pretendido e por isso é utilizada em combinação com estatinas (medicamentos que diminuem a concentração de colesterol no sangue). De qualquer das formas, é também uma alternativa interessante para quem não tolera essa medicação. É de salientar que para ser eficaz a este nível, é necessário estar presente em níveis elevados, pelo que se recomenda precaução na sua utilização. Deve sempre procurar aconselhamento por parte de profissionais qualificados!
Há também estudos que revelam que a niacina poderá ser importante para prevenir o endurecimento das artérias, e, consequentemente, diminuir o risco de problemas na circulação sanguínea. Além disso, parece prevenir também o surgimento de enfarte do miocárdio em pessoas que já sofreram o primeiro. Possivelmente este efeito estará relacionado com a capacidade de que vitamina B3 tem de promover o aumento do diâmetro das artérias, aumento dessa forma a quantidade de sangue que chega às células do coração.
Em relação à diabetes, alguns estudos sugerem que a niacina pode ajudar a prevenir a destruição das células do pâncreas, que é a principal característica da diabetes tipo 1. Os resultados são promissores mas ainda não são conclusivos… Além disso, tem sido investigado um potencial efeito da vitamina B3 em pacientes com osteoartrite, doença de Alzheimer, cataratas e várias doenças da pele, mas para já não existe evidência científica suficiente que comprove de forma robusta esses efeitos.
Por ultimo, recentemente têm vindo a ser divulgados trabalhos que sugerem que a niacina pode conferir proteção contra algumas complicações de saúde, tais como alguns tipos de cancro da pele e disfunção erétil. Até ao momento os resultados ainda não são conclusivos, mas a confirmarem-se, esses estudos podem abrir novas perspetivas na utilização da niacina no contexto médico.
