Mito ou verdade

Mito ou Verdade: Comer a pele do bacalhau faz crescer o peito

Se há algo que me fascina, enquanto nutricionista, é tentar perceber de que forma as crenças populares se cruzam com a ciência por detrás da nossa alimentação. E a cultura Portuguesa é particularmente rica nesse tipo de crenças! Uma ideia que é repetida frequentemente envolve o bacalhau… Mais concretamente, diz respeito à pele do bacalhau cujo consumo, segundo várias pessoas, faz crescer o peito das meninas/adolescentes. Será que é mito, ou será verdade?


O peito feminino é naturalmente um local de acumulação de gordura (e de tecido mamário propriamente dito, como é óbvio). Devido a isso, é normal existir a tentação de relacionar o consumo de alimentos aparentemente gordos com a acumulação de gordura, nomeadamente na região mamária. E é exatamente essa ideia que está na base do Mito ou Verdade de hoje. Contudo, há três problemas nesta associação. Em primeiro lugar, o bacalhau é um peixe muito magro, sendo que a aparência gelatinosa da sua pele se deve à presença de proteínas (especialmente colagénio), e não gordura. Em segundo lugar, não há nada no bacalhau (nem noutro alimento qualquer) que tenha a capacidade de promover especificamente o crescimento do peito. Em terceiro lugar, mesmo que a pele do bacalhau fosse, na realidade, rica em gordura, o seu consumo apenas iria fazer aumentar a quantidade de calorias ingerida, levando a uma acumulação de gordura em diferentes partes do corpo de quem a consumisse.

 

A pele do bacalhau não contém nada na sua composição que contribua especificamente para aumentar o volume mamário.

 


Apesar de haver ainda muita gente que aconselha as meninas/adolescentes a comer a o bacalhau com pele, para “fazer crescer as maminhas”, não há nada nesse alimento, nem noutro qualquer, que promova o aumento do peito. Do ponto de vista nutricional, a pele do bacalhau é essencialmente uma fonte de colagénio, sendo que este também é encontrado na carne do bacalhau sob a forma da substância gelatinosa encontrada entre as lascas do “fiel amigo”.


Conclusão: MITO!

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