Nutrimentos

Carência e excesso de vitamina B6: o que pode acontecer?

A vitamina B6 pode ser obtida a partir de vários alimentos diferentes, o que significa que tendo uma alimentação variada e equilibrada dificilmente apresentará défice ou excesso dessa vitamina. Por isso é que na maioria dos países desenvolvidos a deficiência em vitamina B6 é uma condição muito rara, que se torna menos rara à medida que a pessoa vai envelhecendo. No entanto, convém referir que as necessidades diárias de vitamina B6 dependem da idade e do sexo. Além disso, no caso das mulheres a gravidez e a lactação aumentam esses valores.
A deficiência de vitamina B6 é pouco frequente na forma isolada, sendo mais frequente em quadros onde existe uma deficiência em várias vitaminas do complexo B (nomeadamente ácido fólico e vitamina B12). A carência de vitamina B6 está frequentemente associada a anemia (pois esta vitamina é importante para a produção de uma proteína chamada hemoglobina, que está presente nos glóbulos vermelhos), anomalias na atividade cerebral, dermatite (inflamação da pele) e alterações na cavidade oral (língua inchada e vermelha, lábios secos e quebradiços e lesões nos cantos da boca). Pode também originar estados de confusão, depressão, irritabilidade, alterações de humor, insónias e menor funcionalidade do sistema imunitário. Está frequentemente associada a fraqueza e fadiga. Em crianças pode causar problemas de audição, convulsões ou irritabilidade. No entanto, convém destacar que quando a carência é ligeira, muitas vezes são necessários vários meses ou anos para esta se manifestar.
Há algumas condições que estão normalmente associadas a baixos níveis de vitamina B6 no sangue, tais como alcoolismo, hipertiroidismo, obesidade e gravidez associada a pré-eclampsia ou eclampsia. Além disso, patologias intestinais como a doença celíaca, doença de Crohn ou colite ulcerosa podem também levar a uma diminuição nos níveis da mesma. Também pacientes com insuficiência renal crónica, ou outras patologias renais, bem como pacientes com doenças autoimunes, podem apresentar carências de vitamina B6.
Há alguns medicamentos que podem também interferir com os níveis de vitamina B6. Mais concretamente, alguns fármacos antiepiléticos, alguns antidepressivos, bem como alguns medicamentos utilizados em casos de asma, bronquite crónica, enfisema ou outras doenças respiratórias, quando consumidos continuamente, podem causar diminuição gradual dos níveis da mesma. Também alguns antibióticos, como a ciclo-serina, por exemplo, podem aumentar as perdas de vitamina B6 na urina. Sabe-se igualmente que vários medicamentos utilizados por pessoas com doenças neurodegenerativas (nomeadamente doença de Parkinson e doença de Alzheimer) podem causar uma diminuição dos níveis de vitamina B6, sendo que esta vitamina também pode interferir com o tratamento com levodopa (medicamento mais utilizado no caso da doença de Parkinson). Se a isto juntarmos o facto de muitas vezes a alimentação destas pessoas não ser a mais correta, percebemos que se trata de um problema que facilmente pode assumir uma dimensão elevada.
Tal como acontece com muitas outras vitaminas, um consumo excessivo de vitamina B6 pode causar efeitos prejudiciais para o nosso corpo. É importante referir que estes efeitos não estão descritos para um consumo de vitamina B6 a partir das suas fontes alimentares, ou seja, diz respeito apenas a casos de suplementação excessiva. Nesses casos pode surgir perda de coordenação progressiva, lesões na pele, sensibilidade à luz, náuseas, dores de estômago, entre outros. De uma maneira geral, estes sintomas tendem a desaparecer com a paragem da suplementação vitamínica.

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