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Mandioca: um tubérculo ainda por explorar

A mandioca é um tubérculo rico em hidratos de carbono que apesar de ser relativamente fácil de encontrar nos hipermercados e frutarias, ainda é pouco consumido em Portugal. Pensa-se que a mandioca é originária da América do Sul, o que ajuda a perceber a sua ampla utilização nessa região. Por exemplo, no Brasil é muito utilizada em vários pratos diferentes… Curiosamente há outra “versão” de mandioca, originária de África, que é bastante diferente da Sul-Americana. Em vários países sub-desenvolvidos, a mandioca representa uma das principais fontes de hidratos de carbono da alimentação. O facto da planta da mandioca ser particularmente resistente a condições difíceis de cultivo torna-a uma excelente opção para países onde as condições climatéricas e de solo são desfavoráveis.
Tem um sabor muito característico, que se assemelha a frutos secos, e é adocicada. O seu sabor doce deve-se ao facto de, apesar de ser um tubérculo, conter uma grande quantidade de sacarose, e não apenas amido. Do ponto de vista nutricional, a mandioca possui uma composição interessante, pois além de ser uma excelente fonte de hidratos de carbono, apresenta na sua composição vários micronutrimentos em quantidades consideráveis. Não é o tubérculo nutricionalmente mais rico, mas também não é dos mais pobres, portanto pode inclui-lo na sua alimentação, sendo mais uma forma de tornar o padrão alimentar menos monótono. No entanto, tenha em atenção que a mandioca é mais energética do que a maior parte dos tubérculos, ou seja, deve ser consumida com moderação, se o objetivo for perder peso ou manter um peso baixo.
O que é que se pode encontrar em 100g de mandioca?
– 160kcal
– 38,1g hidratos de carbono
– 1,4g proteína
– 0,3g gordura
– 1,8g fibra
– 26% da DDR (dose diária recomendada) de vitamina C
– 20% da DDR de manganês
– 14% da DDR de potássio
– 10% da DDR de cobre
– 8% da DDR de vitamina B1
– 7% da DDT de magnésio
– 6% da DDR de vitamina B6
– 5% da DDR de vitamina B3 e zinco
Apesar de ser um tubérculo comestível, e nutricionalmente interessante, o seu consumo não está isento de riscos, pois a mandioca contém alguns compostos cianogénicos, ou seja, que libertam cianeto. Uma vez que o cianeto é um veneno extremamente poderoso, convém ter este aspeto em consideração na altura de consumir mandioca. Mas isto não significa que não se deve comer este tubérculo, pois é relativamente fácil de eliminar estes compostos tóxicos. Quando as células da mandioca sofrem rutura, libertam uma enzima que liberta o cianeto destes compostos. Por isso, é importante escolher tubérculos que estejam íntegros, sem mossas ou danos visíveis. Também não pode consumir a mandioca crua, pois isso poderia levar a uma intoxicação com cianeto. Felizmente, existem duas características importantes que permitem eliminar o risco da intoxicação com cianeto. Em primeiro lugar, a maior parte dos compostos cianogénicos encontram-se na casca ou perto dela, por isso, se descascar muito bem a mandioca, irá eliminá-los facilmente. Além disso, ao cozinhar a mandioca, vai destruir a enzima que promove a libertação do cianeto. Portanto, se escolher tubérculos sem danos, descascar corretamente e cozinhá-los bem, não tem que se preocupar com o cianeto. Que isso não sirva de desculpa para não experimentar mandioca…:)

2 Comments

  • Maria Pires

    Olá! Acha arriscado dar mandioca a uma bebé de 17 meses? E o que diz em relação ao inhame? É mais interessante nutricionalmente em comparação com a nossa batata tradicional? Obrigado

    • João Rodrigues

      Bom dia, pode dar mandioca a uma bebé de 17 meses, não há problema. Quanto ao inhame, é um tubérculo interessante, mas é mais calórico do que a batata. Em relação à composição nutricional propriamente dita, nenhum deles (inhame ou batata) se destaca muito, no geral acabam por ter bastantes semelhanças.

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