Nutrição geral

Alimentação macrobiótica: sabe o que é?

A alimentação macrobiótica teve a sua origem no Japão. Na realidade, mais do que um padrão alimentar, trata-se de um conceito que engloba todo um estilo de vida (tal como acontece, por exemplo, no veganismo; pode ler mais sobre o veganismo neste post). Este estilo de vida combina conceitos da alimentação, exercício físico e meditação, ou seja, permite ter uma visão integrada do corpo humano. Apesar desta perspetiva mais global do nosso organismo, trata-se de um estilo de vida e, em particular, de um padrão alimentar, muito disciplinado e com regras muito rigorosas…
Do ponto de vista alimentar, a dieta macrobiótica baseia-se na filosofia oriental ancestral “yin e yang”, tendo como palavra chave a palavra “equilíbrio”. Devido a isso, alimentos considerados potencialmente tóxicos, estimulantes e não-naturais são excluídos deste tipo de alimentação. Defende o consumo de produtos orgânicos, locais, e respeitando a sua sazonalidade, ou seja, defende que os produtos devem ser comidos na época na qual são colhidos. A representação alimentar do yin (forças naturais passivas) são essencialmente os vegetais, enquanto que o yan (forças naturais ativas) é representadi principalmente pelos cereais.
Apesar de não ser uma alimentação vegetariana, baseia-se essencialmente no consumo de produtos vegetais. Os grandes protagonistas são sem dúvida os cereais integrais (arroz, aveia, cevada, milho, centeio, trigo, …), aliados a frutas e hortícolas (couve, brócolos, couve-flor, abóbora, agriões, salsa, cebolas, alface, pepino, aipo, cenouras, nabo, …) e leguminosas (e derivados como o tofu, miso, tempeh, …). Por vezes são também consumidos cereais processados (massa, pão, …) vegetais de conserva (pickles) e fermentados, frutos secos, algas, sementes, e ocasionalmente laticínios, carne ou peixe fresco. É também de destacar que há alguns hortofrutícolas cujo consumo regular não é aconselhado, tais como batatas, tomates, beringela, abacate, pimento e beterraba. A bebida recomendada é a água (sem gelo), ou eventualmente algumas infusões (desde que não sejam aromatizados ou não tenham efeito estimulante). É permitido 2-3 vezes por semana o consumo de sobremesas feitas a partir de fruta fresca ou seca, sendo que o consumo regular de sumo de fruta não é aconselhado. A utilização de sal pode estar permitida, consoante a variante da alimentação macrobiótica em causa, sendo que nesse caso dá-se preferência ao sal marinho. A maior parte das especiarias, principalmente as picantes, não são permitidas.
Em relação à confeção, os micro-ondas e fogões elétricos não devem ser utilizados, bem como os plásticos, o alumínio e as frigideiras antiaderentes (o armazenamento dos alimentos é feito com base em produtos naturais como madeira, vidro e porcelana). A água deve ser purificada antes de ser consumida ou utilizada para cozinhar os alimentos, e as bebidas aromatizadas, com cafeína ou com álcool não são permitidas (ou seja, nada de café, vinho, cerveja, refrigerantes, …). Só se deve comer quando se tem fome e só se deve beber quando se tem sede. A mastigação é um aspeto valorizado por quem segue a alimentação macrobiótica, sendo que deve ser efetuada de forma exaustiva até a comida ficar liquefeita antes de se engolir (é aconselhado mastigar-se a comida pelo menos 50 vezes antes de engolir). Desta forma pretende-se estabelecer uma relação positiva com os alimentos, valorizando o seu consumo e interação com o corpo humano.
De uma maneira geral considera-se a refeição como um momento de relaxamento, de valorização da vida. A postura corporal deve ser correta e deve expressar-se a gratidão pela comida que vai ser ingerida.
Obviamente que, tal como acontece com qualquer outro padrão alimentar, a alimentação macrobiótica apresenta muitas variantes, umas mais rigorosas, outras mais flexíveis. Em breve irei escrever sobre as suas principais vantagens e desvantagens…

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